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as vezes começar algo pode ser complicado, ou simples, outras vezes é inevitável, outras vezes nem era para começar mas já está feito.

foi o que aconteceu comigo no início deste ano.

o meu mais que tudo achou estranho os meus peitos estarem tão doridos e resolvemos fazer o teste de gravidez.

deu positivo. tragédia? preocupação? emoções à flor da pele? mudança? aceitação? adaptação? superação? evolução? felicidade? amor? planos? sim, e tudo ao mesmo tempo? SIM!

aos poucos a ideia entrou e ganhou raízes profundas.

não me vejo numa outra situação que não seja a de mulher e mãe, disposta a todas as lutas, contra receios, contra expectativas negativas, contra ansiedades, contra inevitabilidades, contra tudo de mau que possa existir.

não me sinto super-mulher. mas mais do que ser seja o que for é saber que as minhas acções diariamente terão por base a harmonia da minha família.

e como sabe bem ter uma família só minha!

eu não sinto que mando na minha vida. mas mais do que isso é saber que agora não preciso de me preocupar em guiar um barco sozinha para parte incerta.

e eu estou certa de para onde navego! a minha família é a minha bússola!

estou em contagem decrescente para ter em conjunto com o meu amor, um menino.

estou de 34 semanas.

imagino o meu filho lindo como o pai, ponderado como ele, e mostrar o quanto consegue ser maravilhoso e amoroso assim como o papá.

imagino que tenha também alguma boa característica da mamã. talvez a compreensão e capacidade de se adaptar consoante as dificuldades da vida.

sim, considero o melhor que posso dar ao meu filhote.

até agora não me posso queixar da gravidez em si.

após estes meses de desenvolvimento e amadurecimento tanto do nosso bebé, como dos papás, vejo que a caminhada foi tranquila e assim espero que continue.

não acredito que vá ser sempre tranquilo, mas sempre posso ir mais confiante. mesmo quando as horas passam demasiado devagar, ou demasiado depressa, sem que se adaptem ao meu ritmo, que nunca é certo.

e sabendo que nada em mim é certo, saber com certeza que o meu menino está bem, é uma vitória.

só preciso de acreditar em mim ate ao fim, porque no meu pequenino eu já acredito há muito tempo.

desde que o vi mexer na ecografia.
desde que ouvi pela primeira vez o seu coraçãozinho bater.
desde que o senti mexer pela primeira vez dentro de mim.

cada fase que passamos juntos me fez acreditar sempre mais nele.

quando o meu bebé nascer, nasceremos juntos.
ele nascerá para o mundo e eu e o papá nasceremos para uma nova vida.

o dia parece que nunca mais chega, mas nunca senti que devesse acelerar o tempo.

para o meu menino não quero ter pressas, nem transmitir stress.

já sei que sou uma pessoa ansiosa, e cheia de ideias de vanguarda.

em suma, o pesadelo da sociedade.

mas não me importa.

também não é isso que quero ensinar ao meu filho.

ele será um ser único e de ideias próprias, aliás ele ainda não nasceu e já tem uma personalidade muito forte e sagaz.

ele tem tudo para ser um menino e futuro homem de garra.

só quero poder acompanhá-lo da melhor forma.

o nome que lhe vou dar, transmite muito essa ideia de força e confiança em si próprio.

chama-lo-emos de Salvador.

um nome estranho para a maioria.

que nome feio, dizem alguns. que nome pesado, dizem outros.

mas não poderia ser de outra maneira.

que outro nome poderia dar ao ser que ainda não nasceu e que conseguiu pelo menos dar um rumo à minha vida? que tem endireitado o que estava torto em mim? que tem tornado claros, os meus dias nublados pela angústia e incerteza?

nunca fui de fazer planos.

e dou por mim a sonhar com cada detalhe da minha nova vida.

sei que nada é certo. é perigosa a mudança. mas nunca estive tão certa de fazê-la.

dou por mim a pensar no seu nascimento.
como é importante estar tranquila.
como é importante estar atenta.
como é essencial estar em sintonia com o meu Salvador.

e quero tanto conseguir.

eu quero acreditar.

e no fundo acredito.