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não sei dos sonhos,
não sei o que temo,
não sei o que vivo,
selada entre as paredes da exaustão dos pensamentos.

declaro guerra ao momento,
quero o presente,
não quero insistente um futuro ausente...
não ser esperar,
mas não sei se sei...

destemida sei declarar guerra ao momento insatisfeito...
o meu momento perfeito...
diz-me a verdade,
em todas as línguas da humanidade,
diz-me a tua insanidade,
diz-me e nao cales a realidade,
nao farses a audácia,
é fácil encontrar
é demasiado fácil desmembrar o tempo,
eu quero juntá-lo bem devagar...

eu quero saborear,
quero saborear-te de todas as formas
e de todas as formas chamar-te
desde que venhas de qualquer forma
vivo em mim

sei que nada me tira o teu cheiro
o teu receio,
o teu lugar,
que é o meu
que te cedo,
que te dou sem medo,
me ofereço independente,
dependendo eternamente
do teu espaço impossível de imitar...

permite-me a entrada em tapete vermelho,
sou a rainha dos teus lamentos,
que sao os meus lamentos,
sao pensamentos,
sao regras de cortesia,
que desfaço com mestria,
que desordeno a meu bel-prazer,
com cuidado para nem chegares a perceber,

nem me faças receber o presente,
sem que nele estejas presente,
nem que seja intermitente,
em luzes pouco claras
e no meio da escuridão,
ao entardecer,
amenhecendo no final,
nos meus braços sedentos,
nestes meus ansiados momentos,
imperfeitos,
perfeitamente colados na minha mente...

termina com o meu desespero
com o que eu não quero
com o que defino em palavras
que eu maltrato com desânimo
que eu intensifico com agonia

sossega lentamente,
fica indefinidamente
fica por mim
em mim
por ti
desconecta-te do espaço e do tempo
esquece o tempo
eu já esqueci há muito
há tanto tempo
sê o meu tempo... existe
para mim...